Tem uma autoestima de ouro?
Atualmente é fácil sermos enganados com o que vemos nas redes sociais: sentimo-nos rodeados de pessoas bonitas sem qualquer tipo de falha. Este tipo de pressão pode afetar seriamente a nossa autoestima.
Os jovens, principalmente, estão cada vez mais vulneráveis neste sentido. Isto deve-se à criação de expectativas e visões que só acontecem nas fotografias. Torna-se, assim, difícil ter a capacidade de gostar de si mesmos tal como são.
Isto leva a um problema muito grave: a falta de amor próprio, quer seja pelo nosso visual ou pela nossa personalidade.
A construção de uma autoconfiança forte acaba por ser ainda mais difícil, contudo, não é impossível. Em parceria com a Renata Netto, idealizadora do Devir Humano, explicamos como pode, realmente, construir uma autoestima forte e duradoura.
Autoestima de ouro: A construção de uma autoconfiança sólida
Se o Euromilhões fosse ganho por respostas certas, a grande pergunta seria “como aumentar a autoestima e a confiança?”
Um séquito de homens e mulheres insatisfeitos consigo próprios andam a tentar, muitas vezes desesperadamente, silenciar esta inquietação.
Assim se enchem as clínicas de cirurgia plástica, os gabinetes de esteticistas e se enriquecem vários sectores.
Existem, aliás, vários que veem a fragilidade como um grande mercado consumidor. O mesmo acontece com a internet, livrarias, cinemas, blogs, revistas… Todos repletos com produtos relacionados com este tema.
Para onde quer que se olhe, lá estão frases motivacionais, livros com “5 passos para mudar a sua vida”, entre outros. Essencialmente, existem várias receitas mágicas para superar a baixa autoestima.
Mas será que funcionam? Existe mesmo algo que possamos fazer para amar quem somos? Os nossos corpos estão assim tão avariados? Precisamos de nos tornar noutra pessoa para gostarmos do que vemos ao espelho?
Sim e não. Como em tudo relacionado ao ser humano, também aqui somos ambivalentes. Os consultórios dos psicanalistas andam lotados de gente que já se deu conta disso. E, mais do que tudo, quer aprender a lidar com o próprio paradoxo.
O que significa ter autoestima?
O significado de autoestima é “qualidade de quem se valoriza, se contenta com o seu modo de ser e demonstra, consequentemente, confiança nos seus atos e julgamentos” (dicionário Houaiss 2009 da língua portuguesa).
Ou seja, estamos a falar de uma atitude, de algo interno que se manifesta para o mundo lá fora. Não é, portanto, algo que vem de fora e se edifica cá dentro.
Portanto, construir e fortalecer um autoconceito positivo é um compromisso vitalício de nós para nós.
É importante compreender que as flutuações emocionais fazem parte da nossa condição humana. Sobretudo, que não conseguiremos estar constantemente em plenitude. Essa permanência emocional não existe e a fantasia de que é possível só nos faz desanimar.
A consistência, por outro lado, é o melhor caminho para honrar a importância da autoestima. Talvez possamos começar por assumir quem somos realmente, sem máscaras e sem fingimento.
Com todas as nossas características, desde as brilhantes que adoramos exibir, até àquelas que escondemos de todos. É dessa pluralidade que surge o nosso melhor, a nossa potência de agir, como ensina o filósofo Spinoza.
Vale a pena tomarmos algumas ações que alimentem o nosso ser. Por exemplo, dizer que ‘não’ quando sentimos que é ‘não’ e dizer que ‘sim’ quando sentimos que é ‘sim’.
A importância das nossas necessidades
É fulcral compreender as nossas necessidades. Por exemplo, quando vacilamos na alimentação ou no ginásio em troca de um hambúrguer ou de um dia de puro ócio. Há que respeitar o tempo de descanso e produzir encontros alegres.
O contentamento com o nosso modo de ser vem da aceitação em dinâmica com a transformação.
O nosso corpo não é algo que temos, é parte de quem somos. A nossa vida, não é algo que temos, é o tempo-espaço onde existimos. Os nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos não estão numa instância algures, mas são, sim, manifestações legítimas da nossa identidade.
E dá imenso jeito um pequeno lembrete para olharmos para quem somos: para a vida que vivemos e para as coisas que temos, com o amor que merecemos.
Para celebrar esse amor de dentro para fora, podemos ter junto de nós pequenos objetos que reafirmam o nosso valor: seja um anel, um fio com um pequeno pendente ou uma pulseira com uma frase significativa.
Peças que sejam um recordar constante da nossa autoestima de ouro.